25 janeiro, 2007

Carne vermelha dobra risco de câncer de mama, diz estudo


Um novo estudo divulgado por cientistas americanos indica que consumir carne vermelha pode quase dobrar o risco de câncer de mama em mulheres que ainda não chegaram à menopausa.

Os pesquisadores do Brigham and Women's Hospital e da Harvard Medical School, em Boston, examinaram 90 mil mulheres, que preencheram questionários em 1991, 1995 e 1999 nos quais registraram a freqüência com que consumiam mais de 130 tipos diferentes de alimentos e bebidas.

As que consumiram uma porção e meia de carne vermelha por dia tiveram quase dobrado o risco de câncer de mama receptor-positivo à presença de hormônios, em comparação com as mulheres que consumiram três ou menos porções de carne vermelha por semana.

O estudo, divulgado na revista médica Archives of Internal Medicine, se soma a outros que já indicavam uma associação entre a ingestão da carne vermelha e o surgimento da doença.

Questionário

Uma porção de carne foi definida como carne bovina, de porco ou de cordeiro ingerida como prato principal em uma refeição, dentro de um sanduíche ou consumida como hambúrguer, bacon, cachorro-quente ou qualquer tipo de carne industrializada.

A cada dois anos, as mulheres pesquisadas relataram se tinham ou não desenvolvido câncer de mama. Os casos foram confirmados pelos cientistas por meio de registros médicos e relatórios de patologia.

No estudo, os pesquisadores verificaram o surgimento de tumores e também se os tumores foram causados por hormônios, como o estrogênio e a progesterona.

No final do estudo, 1.021 mulheres tinham desenvolvido câncer de mama. Foi constatado que 512 desses casos de câncer foram associados à presença de estrogênio e progesterona, 167 não se mostraram associados a estes hormônios, 110 tinham razões diversas e 232, origem desconhecida.

Saúde pública

"Vários mecanismos biológicos podem explicar a associação positiva entre consumo de carne vermelha e o risco de presença do receptor de hormônio de câncer de mama", escreveu um dos líderes da pesquisa, Eunyoung Cho, na revista Archives of Internal Medicine.

Uma hipótese levantada pelos pesquisadores é que produtos químicos causadores de câncer, como a amina heterocíclica, foram encontrados na carne vermelha, industrializada ou não, submetida a um processo de cozimento.

Uma segunda potencial ligação entre carne vermelha e câncer de mama é o uso de hormônios de crescimento injetado no gado em alguns países, como nos Estados Unidos.

Os pesquisadores também afirmam que a carne vermelha é fonte do ferro que compõe a hemoglobina que, segundo pesquisas anteriores, acelera o crescimento de tumores causados por estrogênio.

"Dado que a maioria dos fatores de risco para o câncer de mama não são modificados facilmente, estas descobertas têm potenciais implicações na políticas de saúde pública na prevenção de câncer de mama e deveriam ser melhor avaliadas", escreveu a equipe liderada por Cho.

Fonte: BBC Brasil

24 janeiro, 2007

Benefícios da vitamina D para a saúde


Uma visita ao consultório do dr. Michael F. Holick, no Centro Médico da Universidade de Boston, rapidamente explica seu entusiasmo por seu hormônio favorito, a vitamina D. Nas paredes do consultório estão cartas de alunos que participaram de uma palestra dada por ele. “O fato importante que eu aprendi com você ontem é que a maior parte dos seres vivos precisa da vitamina D”, escreveu uma criança. Outra acrescentou, “Até os sapos precisam de vitamina D”.

Para promover sua visão, Holick – um endocrinologista de 56 anos e professor de dermatologia, biofísica e fisiologia – entregou a um repórter uma cópia de um relatório recentemente escrito, “Vitamin D: The Underappreciated D-lightful Hormone That Is Important for Skeletal and Cellular Health” , publicado na revista "Current Opinions in Endocrinology and Diabetes".
Holick passou 30 anos pesquisando as diferentes formas de aproveitamento da vitamina D pelas criaturas deste planeta. Seus feitos mais orgulhosos, diz, incluem as descobertas que mostram como a vitamina D pode ser usada para tratar a osteoporose, doenças renais e psoríase. A descoberta relacionada a psoríase, nota, se tornou uma terapia amplamente aplicada no tratamento de algumas formas da doença.
Seu trabalho sobre a forma como a pele converte a luz do sol em vitamina D o colocou em uma nova cruzada, encorajando as pessoas a tomarem sol e, dessa forma, colocarem a vitamina D em seus sistemas, uma idéia controversa em algumas partes do mundo da dermatologia.

Pergunta: Você descreveria a vitamina D como uma vitamina subestimada?
Resposta: Eu diria que a vitamina D foi sempre tida como certa e, como resultado disso, tem sido ignorada. Entretanto, essa vitamina é muito importante para manter o nível do cálcio no sangue e para a saúde dos ossos. A vitamina tem um papel crucial na maioria das funções metabólicas e também nas funções musculares, cardíacas e neurológicas. Sem isso, uma criança pode ficar raquítica e um adulto pode sofrer enfraquecimento dos ossos. A deficiência da vitamina D pode precipitar e aumentar a osteoporose.
Além disso, há evidências de que a vitamina D tem sutis mas profundos efeitos no regulamento do crescimento celular e em nossos sistemas cardiovasculares e imunológicos. Há uma forte associação da exposição ao sol e o aumento nos níveis sanguíneos da vitamina D, promovendo a diminuição do risco de cânceres comuns: colo do útero, mama, próstata e ovário.
A deficiência da vitamina D tem sido associada a um risco acentuado de diabetes Tipo 1. O contrário também é verdade. Níveis adequados de vitamina D também correspondem a um menor risco de diabetes. Então sim, eu diria que apesar de ser ignorada, essa é uma vitamina muito importante.

Pergunta: Como uma pessoa obtém a quantidade necessária de vitamina D diariamente?
Resposta: Estima-se que cerca de 80% a 100% da quantidade necessária a cada indivíduo vêm da exposição ao sol. A pele absorve a energia ultravioleta do sol e a converte em vitamina D. Hoje, existem poucos alimentos que contêm a vitamina D naturalmente – salmão e um peixe chamado cavala. Além disso, os óleos de alguns peixes como bacalhau, tubarão e atum têm a vitamina. Mas, para absorver a quantidade necessária, você teria de comer esses peixes e/ou seus óleos três vezes por semana.
O leite fortificado contém a vitamina D. Mas você precisaria beber de seis a oito copos de leite por dia para alcançar a quantidade exata. Por isso, a luz do sol é a principal fonte da vitamina. Algumas pesquisas publicadas mostram que muitas pessoas, particularmente as pessoas que vivem em regiões extremas, não estão recebendo a quantidade de sol necessária para alcançar o nível de vitamina D.

Pergunta: Você realizou algumas pesquisas aqui na Universidade de Boston sobre grupos que sofrem a deficiência da vitamina. O que você descobriu?
Resposta: Nós encerramos um estudo no ano passado que mostrou que 36% dos jovens da área de Boston, com idades entre 18 e 29 anos, apresentaram a deficiência da vitamina no final do inverno. Surpreendentemente, 11% do nosso grupo apresentaram a mesma deficiência no final do verão. Nosso grupo de pesquisa era composto por estudantes locais de medicina e residentes de hospitais, pessoas que trabalham tanto e por tanto tempo que raramente vêem a luz do sol.
O engraçado é que as pessoas podem armazenar a vitamina D. Você a armazena em sua gordura corpórea! E é por isso que se você obtiver a quantidade adequada de exposição ao sol durante o verão e a primavera, e armazená-la em seu corpo, ela será usada durante o inverno. Nossos estudantes de medicina não estavam passando tempo suficiente no sol, nem mesmo no verão.
Eu suspeito que isso aconteça com muitos executivos e outras pessoas que trabalham em locais fechados. Ou mesmo com as pessoas que não trabalham. Nós e outros pesquisadores já mostramos que os idosos apresentam essa deficiência. Um estudo realizado em Baltimore, por exemplo, mostrou que cerca de 50% a 60% dos adultos com mais de 65 anos têm deficiência severa da vitamina. Conclusão: As pessoas que vivem em regiões extremas e passam grande parte do tempo em locais fechados precisam encontrar formas de absorverem a luz do sol, para que seus corpos possam produzir e armazenar a vitamina.

Pergunta: A idéia de se expor ao sol não vai contra a crença tradicional, que diz que a exposição causa câncer de pele e deve ser evitada?
Resposta: Eu não estou defendendo o bronzeamento. Mas o sol é inevitável. Nossa exigência diária de vitamina D vem da exposição casual ao sol. Não estamos interessados na recomendação do bronzeamento ou da exposição prolongada. Nós estimulamos o contrário. Nós dizemos: “Saia de casa por 5 ou 10 minutos. Armazene a vitamina D no seu corpo. Então passe um protetor solar para prevenir os efeitos da exposição excessiva ao sol”.

Pergunta: Você acha que os dermatologistas exageraram em recomendar que seus pacientes evitem o sol?
Resposta: Isso está mudando. Eu sou professor de dermatologia e percebi que muitos colegas estão começando a perceber que talvez tenham exagerado. Eu não acho que a recomendação de não exposição ao sol seja saudável. E eu acho que, assim como qualquer outra coisa na vida, a moderação provavelmente ajuda a maximizar nossa saúde.

Pergunta: Você apresenta essa sua recomendação ao Conselho para prevenir a deficiência da vitamina D?
Resposta: Não. Isso depende da pessoa e sua sensibilidade ao sol. Novas pesquisas, por exemplo, mostram que os afro-americanos podem precisar de mais tempo no sol para armazenar a vitamina. Nós estimamos que cerca de 40% dos afro-americanos da região de Boston apresentam a deficiência. No geral, eu recomendo que seja qual for a etnia ou tom da pele da pessoa, ela deve sair de casa sem proteção pelo menos 20% do seu tempo. Eu também recomendo doses de uma multivitamina diária que contém um mínimo de 400 unidades de vitamina D.

Pergunta: Qual é o seu regime de consumo da vitamina?
Resposta: Bem, eu adoro mexer no jardim e jogar tênis. Nessas atividades, eu uso um chapéu, e um pouco de protetor solar nos braços e pernas. Quando eu inicio a atividade, eu geralmente fico desprotegido nos 10 primeiros minutos, e então me protejo. Eu nunca saio bronzeado.

Fonte: O Corpo Humano

12 janeiro, 2007

A nova ordem é aumentar o Bom Colesterol


Manter o HDL elevado pode ser o melhor caminho para evitar o infarto.

Diminuir o nível de colesterol, um tipo de gordura presente no organismo, é uma recomendação que praticamente virou lei em grande parte dos tratamentos médicos.

Mas agora ganha destaque outra orientação: é preciso aumentar esses índices. Não, os cientistas não perderam o juízo. A medida vale para uma porção específica da substância, conhecida como HDL ou bom colesterol. Novas descobertas trazem evidências de que manter níveis altos de HDL é mais eficiente na prevenção de ataque cardíaco e derrame do que reduzir a porção de LDL, o mau colesterol, que se acumula nas artérias, dificultando a circulação sanguínea.

Uma pesquisa da Universidade de Indiana (EUA) reforça a tese. Os 6928 pacientes estudados tiveram o colesterol medido em dois momentos, com diferença média de dois anos e meio entre as coletas. A análise envolveu o LDL, o HDL, que limpa o interior dos vasos, e o colesterol total: Três anos depois, os cientistas avaliaram os casos de infarto e derrame. Os principais fatores de risco para esses problemas foram doenças cardíaca anterior, idade avançada e baixo nível do bom colesterol. As mudanças nas taxas do LDL dos pacientes não interferiram na ocorrência desses males. Por outro lado, dez miligramas a mais da porção boa no sangue diminuíram a ameaça em 7%. “O HDL sempre foi observado, mas não era prioritário. O estudo mostra que isso precisa ser reavaliado”, defende o chefe da pesquisa, William Tierney.

Não é a primeira vez que a medicina verifica essa relação. Há seis anos um trabalho revelou que o aumento de 6%do HDL reduziu em 22% o risco cardíaco em portadores de síndrome metabólica, uma condição caracterizada por pressão alta, diabete e a popular barriga de chope em um mesmo indivíduo. Com tudo isso, não seria lógico centralizar esforços em estratégias que elevem esse colesterol? “Ainda não temos um grande estudo provando que um tratamento para aumentar o HDL irá realmente abaixar o risco”, diz o médico Raul Dias, do Instituto do Coração de São Paulo.

Ninguém deve, portanto, abandonar o tratamento seguido atualmente. Os autores do estudo salientam que dosar o colesterol geral continua fundamental para evitar problemas futuros. Mas chamam a atenção para a necessidade de se criar drogas específicas para elevar o HDL. O nível mínino é de 40 miligramas por decilitro de sangue para homens e 50 para mulheres. Por ora, a classe de remédio feita com esse fim é a niacina. Outra droga, o torcetrapib, está em fase de pesquisas. Só deverá chegarão mercado em 2009. Enquanto isso é melhor seguir a lista de recomendações publicadas nestas páginas.

Como melhorar as taxas do HDL, o colesterol do bem.
• Siga uma dieta rica em peixes e azeite de oliva. As gorduras desses alimentos ajudam a manter o nível da porção boa do colesterol.
• Pratique exercícios. Os magros têm mais HDL no sangue.
• Não fume, o cigarro reduz a quantidade do bom colesterol.
• Se precisar de medicação, há remédios, como a niacina, que aumentam o HDL:

Fonte: Isto é

10 janeiro, 2007

Comida picante pode ajudar a prevenir o câncer


O consumo diário de comida picante poderia ajudar a prevenir o câncer, além de outras doenças, indica um estudo divulgado hoje por cientistas britânicos.

Um grupo de especialistas da Universidade de Nottingham descobriu que a capsaicina, componente que dá o sabor picante a muitos frutos Capsicum (como pimenta-malagueta, pimentão e chilli) tem potentes efeitos contra as células cancerígenas.

Em sua pesquisa, publicada no site da revista "Biochemical and Biophysical Research Communications", cientistas constataram que a capsaicina é capaz de eliminar as células malignas atacando sua fontes de energia.

A família de compostos em que se inclui essa substância, os vanilóides, favorece a apoptose (morte celular programada) pela união de proteínas na mitocôndria sem causar danos às células vizinhas saudáveis.

Os pesquisadores, dirigidos por Timothy Bates, acreditam que a capsaicina, que atualmente é usada em remédios contra a psoríase e problemas musculares, poderia ser a base de uma nova geração de remédios contra o câncer. Seu estudo sugere ainda que uma dieta rica da substância possa ajudar a prevenir ou a controlar a doença.

Os especialistas analisaram no laboratório o efeito dos vanilóides em células cancerígenas de pulmão, com resultados "surpreendentes", segundo o doutor Bates. Um teste similar em células de pâncreas também deu resultados "significativos".

"Visto que estes compostos atacam o centro dos tumores, acreditamos ter encontrado 'o calcanhar de Aquiles' do câncer", afirmou o cientista. "Isto é muito emocionante, e pode explicar por que os habitantes de países como o México e a Índia, que seguem uma dieta com alimentos muito picantes, têm menor incidência de alguns tipos de câncer bastante freqüentes nos países ocidentais", acrescentou.

Bates, que procura parceiros empresariais para dar prosseguimento à pesquisa e ao desenvolvimento de remédios contra o câncer, ressaltou que seu projeto é "único no Reino Unido" e pode ser muito significativo na luta contra o câncer em nível internacional.

Fonte: Efe, Londres - Folha Online