Anti-hipertensivos combatem inflamação na esclerose múltipla
Pesquisadores em Heidelberg, na Alemanha e em Stanford, nos Estados Unidos, descobriram um novo caminho de sinalização nas células do cérebro que explica como medicamentos anti-hipertensivos amplamente usados podem combater a inflamação na esclerose múltipla. O peptídeo angiotensina não só aumenta a pressão arterial, como também ativa a substância imunológica mensageira TGF beta em uma via de comunicação até então desconhecida no cérebro.
O estudo, conduzido pelo professor Lawrence Steinman da Universidade de Stanford, na Califórnia, juntamente com a equipe do professor Michael Platten, do Heidelberg University Hospital, foi publicado no "Journal of Clinical Investigation".
A angiotensina II é conhecida como uma molécula que regula a pressão sanguínea. Drogas que bloqueiam os receptores da angiotensina (bloqueadores AT1R) são prescritas a milhões de pessoas para baixar a pressão arterial elevada. Estes receptores também já foram encontrados em vários órgãos e células que não têm ligação com a regulação da pressão arterial, como por exemplo, as células T do sistema imunológico. Estas células do sistema imunológico estão envolvidas nas reações auto-imunes e nas doenças crônico-inflamatórias, tais como esclerose múltipla. A esclerose múltipla é caracterizada por áreas multifocais de inflamação no cérebro e na medula espinhal que levam à paralisia e outros sintomas neurológicos.
Os cientistas mostraram, em um modelo de rato, que a angiotensina II promove a inflamação no cérebro e na medula. Quando os receptores da angiotensina foram bloqueados pela administração oral da droga, para pressão arterial Candesartan, a inflamação diminuiu e a paralisia foi resolvida.
"Como os bloqueadores AT1R são frequentemente prescritos para diminuir a pressão arterial e têm um perfil de segurança comprovado, é um passo óbvio para testá-los, em breve, em pacientes com esclerose múltipla", disse Platten. "É claro que, na pesquisa, é importante a busca de medicamentos específicos com novos alvos moleculares. Mas, em nosso estudo, mostramos que medicamentos já aprovados também podem ser estudados com sucesso para os benefícios em outras doenças. O potencial de uso destes medicamentos genéricos com um perfil de segurança comprovado tem um grande impacto na redução dos custos de saúde", concluiu Platten.
Fonte: Isaude.net
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