19 outubro, 2010

Anti-hipertensivos comuns podem elevar a pressão arterial de alguns pacientes

Estudo sugere que medição da enzima renina em exames de sangue de rotina pode contribuir para evitar o efeito indesejado


Medicamentos comumente usados para baixar a pressão arterial podem ter o efeito oposto, elevando a pressão arterial, em uma porcentagem significativa de pacientes. Um novo estudo realizado por pesquisadores do Albert Einstein College of Medicine da Yeshiva University, nos Estados Unidos, sugere que os médicos podem evitar esse problema através da medição da enzima renina nos níveis de sangue em exames de rotina.

"Nossos resultados sugerem que os médicos devem usar a renina para saber qual o medicamento mais adequado para tratar pacientes com hipertensão", disse o autor do estudo, Michael Alderman. "Isso aumentaria a probabilidade de conseguir controlar a pressão arterial e reduzir a necessidade de que os pacientes tomem medicamentos anti-hipertensivos adicionais."

O estudo envolveu 945 pacientes que foram inscritos em um programa de tratamento anti-hipertensivo em Nova York, entre 1981 e 1998. Todos tinham uma pressão arterial sistólica (PAS) de pelo menos 140 mmHg.

Os pacientes receberam uma única medicação anti-hipertensiva, um diurético ou um bloqueador dos canais de cálcio (drogas "V"), ou um bloqueador beta ou um inibidor da ACE (drogas "R"), que reduz os níveis de renina.

A atividade plasmática da renina (PRA) e a PAS foram medidas no momento da inscrição, e a PAS foi medida novamente após 1 e 3 meses de tratamento. O nível de renina previu aqueles pacientes que tinham mais probabilidade de ter uma resposta favorável, com a droga "V" ou "R". Além disso, para ambas as drogas o teste de renina foi capaz de identificar os pacientes com maior probabilidade de experimentar uma resposta prejudicial, ou seja, um aumento clinicamente significativo da PAS.

Ao todo, 7,7 % dos pacientes apresentaram uma resposta prejudicial. A maior porcentagem de respostas desfavoráveis - 16 % - ocorreu em pacientes com níveis baixos de renina, que receberam um bloqueador beta ou um inibidor da ECA (drogas "R").

"Com os testes de renina, você pode controlar a pressão arterial com mais freqüência e com menos terapia", disse Alderman. "Todo médico sabe que existe uma variação na resposta ao tratamento anti-hipertensivo, e que alguns pacientes terão uma elevação na pressão sanguínea. O último fenômeno é geralmente atribuído à falha do paciente em tomar a medicação ou a um evento aleatório. Mas nossos dados mostram que não é um evento aleatório, é devido a uma incompatibilidade entre o estado da renina nos pacientes e a droga. Nós acreditamos que faz sentido usar a renina para prever o tratamento mais adequado."

Fonte: Isaude.net