25 agosto, 2013

Glicemia elevada aumenta o risco do desenvolvimento de demência

Data:            23/08/2013
Autor(a):       Rita de Cássia Borges de Castro
Fotógrafo:    Rita C. B. Castro

Pesquisa publicada na revista The New England Journal of Medicine (NEJM) demonstrou que os níveis de glicose sanguínea (glicemia) mais elevados podem ser um fator de risco para o desenvolvimento de demência, em indivíduos diabéticos e não diabéticos.

Trata-se de um estudo prospectivo que teve o objetivo de testar a hipótese de que os níveis de glicose sanguínea estão associados com o risco de demência. Para isso, os pesquisadores avaliaram 2.067 indivíduos sem demência, sendo 839 homens e 1.228 mulheres com idade média de 76 anos. Do total dos participantes, 232 eram diabéticos e 1.835 não eram diabéticos.

Para a inclusão no estudo os participantes tiveram pelo menos cinco medições de glicemia e/ou de hemoglobina glicosilada (HbA1c) ao longo de dois ou mais anos antes da entrada no estudo. Os pacientes foram convidados a retornar em intervalos de 2 anos com a finalidade de identificar os casos incidentes de demência.

A média de acompanhamento dos pacientes foi de 6,8 anos. Nesse período, 524 participantes desenvolveram demência, dos quais 74 eram diabéticos e 450 não tinham diabetes. Entre os participantes sem diabetes, aqueles com glicemia média de 115 mg/dL apresentaram maior risco de desenvolvimento de demência do que os participantes com os níveis de 100 mg/dL (p= 0,01).
Entre os participantes com diabetes, os níveis mais elevados de glicose sanguínea (190 mg/dL) também foram relacionados a um risco aumentado de demência (p= 0,002), quando comparados com indivíduos que tinham os níveis médios de 160 mg/dL.

“Com o envelhecimento da população, a demência tornou-se uma grande ameaça à saúde pública mundial. A taxa de obesidade também está aumentando, com um aumento paralelo de indivíduos com diabetes. Os resultados dos estudos que avaliaram a associação entre obesidade ou diabetes e o risco de demência ainda não eram conclusivos”, comentam os autores.

“Estes dados, portanto, sugerem que níveis mais elevados de glicose podem ter efeitos deletérios sobre o envelhecimento cerebral. Com isso, nossos resultados sugerem a necessidade de intervenções efetivas, que possam contribuir para a redução da glicemia elevada”, concluem.
Fonte: NutriTotal

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