25 maio, 2009

Carne e leite: mais risco de câncer

Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, sugerem que comer carne e derivados de leite em excesso pode aumentar o risco de câncer de próstata.

Segundo os cientistas, esses alimentos elevam os níveis do hormônio IGF-1, responsável por regular o crescimento e a morte celular. Além disso, níveis altos do hormônio IGF-1 podem ajudar na disseminação dos tumores. A pesquisa ainda mostrou que as células alimentadas pelo hormônio crescem mais rápido.

Para chegar aos resultados, os autores do estudo avaliaram 9.000 homens. Aqueles que possuíam mais IGF-1 no sangue tinham 40% mais chances de desenvolver o câncer na próstata, se comparados com aqueles que apresentavam menores índices do hormônio.

Fonte: Veja.com


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23 maio, 2009

Homens não fazem exame para detectar osteoporose

80% dos homens nunca fizeram densitometria óssea, afirma estudo brasileiro.

Foram acompanhadas 500 pessoas com mais de 65 anos; doença é mais comum em mulheres, mas homens morrem mais após fratura

Apesar de ser mais prevalente no sexo feminino, a osteoporose também atinge os homens, especialmente os mais velhos -e as fraturas decorrentes da doença causam mais mortes entre eles. Mas uma nova pesquisa brasileira mostra que eles se descuidam em relação ao diagnóstico da doença.

Foram avaliadas 500 pessoas, metade do sexo masculino e metade do sexo feminino. Entre os homens, 80% nunca haviam feito uma densitometria óssea -exame padrão para detectar o problema. O número de mulheres que respondeu o mesmo foi bem menor: 18%.

A pesquisa foi feita pelo Instituto Ortopedia & Saúde, sem fins lucrativos, e será apresentada no Congresso Efort, da federação europeia de associações de ortopedia e traumatologia, que começa no dia 5 de junho, em Viena.

Todos os voluntários tinham mais de 65 anos -idade em que eles começam a ser mais atingidos pelo problema- e possuíam convênio médico. "O SUS oferece o exame, mas pode ser um processo demorado. Todos os homens estudados tinham a possibilidade de fazer o exame sem enfrentar fila, mas mesmo assim não faziam", diz Fábio Ravaglia, ortopedista que coordenou o levantamento.

Ele acredita que isso acontece porque muitos homens -e até alguns médicos- consideram a osteoporose uma doença feminina. "Além disso, o homem não está habituado a cuidar da sua saúde. Ele acha que é o super-homem e que nunca vai ficar doente", diz.

Entre os homens da amostra, 35% tinham osteoporose na coluna e 13%, no fêmur. Entre as mulheres, os índices foram de 43% na coluna e 18% no fêmur. Os homens tiveram mais osteopenia -estágio anterior à osteoporose, que já aumenta o risco de fratura- na coluna: 50%, contra 43% nas mulheres.
O risco de ter uma fratura de quadril em dez anos, medido por um questionário, foi de 4,8% para eles e 5,2% para elas.

Próstata e coração

Segundo Marcelo Pinheiro, reumatologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), geralmente são os ginecologistas que pedem a densitometria. "O homem costuma se preocupar mais com a saúde cardiológica e da próstata."

Uma projeção da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostra que, nos próximos 20 anos, o número de fraturas em homens deve aumentar, enquanto se estabiliza em mulheres. "As políticas de prevenção e tratamento voltadas para osteoporose costumam visar só as mulheres. Os tratamentos para a doença sempre são desenvolvidos pensando na população feminina", diz Pinheiro.

Na Unifesp, de cada 100 densitometrias realizadas, 96 são em mulheres. Homens acima de 65 anos deveriam fazê-lo pelo menos a cada cinco anos -se houver alteração, os intervalos devem ser menores.

Homens que fazem uso crônico de cortisona ou anticonvulsivantes e têm hábitos como beber, fumar ou usar drogas em excesso devem fazer a densitometria a partir dos 60 anos. Já as mulheres devem ser examinadas a partir dos 40 anos.

Uma pesquisa feita com 2.400 brasileiros com mais de 40 anos mostrou que 12% dos homens já haviam tido alguma fratura e não sabiam que tinham osteoporose. "Muitas pessoas tratam a fratura, mas não a doença", diz Pinheiro.

Homens e mulheres

A osteoporose é mais comum em mulheres por uma série de fatores. Além de ter naturalmente densidade óssea maior, o homem nasce com os ossos de melhor qualidade e com geometria mais favorável. Há, ainda, o fator hormonal: na menopausa, a ausência do estrógeno faz com que os ossos percam cálcio e fiquem porosos.

O que mais preocupa no caso dos homens é que a taxa de mortalidade após uma fratura é duas vezes maior do que a relativa às mulheres. As mortes por fraturas podem ocorrer por problemas como infecções, pneumonia ou trombose.

Não há cura, mas é possível controlar a doença. Mudanças no estilo de vida -ingerir alimentos ricos em cálcio, exercitar-se, tomar sol e parar de fumar, por exemplo- trazem bom resultado. Se necessário, são dados suplementos de cálcio e vitamina D e remédios.

Fonte: Folha SP - maio 2009 - Flávia Mantovani


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