29 setembro, 2006

Vitamina D é Imprescindível para a defesa contra a tuberculose



Achado ilumina um possível caminho para a prevenção


A vitamina D desenpenha um importante papel na resposta do corpo humano à tuberculose, de acordo com uma nova pesquisa que explica porque as pessoas de descendência africana são mais susceptíveis à tuberculose.

Os pesquisadores também sugerem uma nova maneira de combater essa doença que é uma das mais mortais do planeta: com um simples suplemento alimentar, a Vitamina D.

A tuberculose, usualmente adquirida quando a pessoa inala a bacteria Mycobacterium tuberculosis, matou um número estimado de 1.7 milhões de pessoas em 2003 e é a lider como causa de morte em pessoas que sofrem de AIDS, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

As pessoas de origem africana são mais susceptíveis a contrair tuberculose do que as caucasianas e possuem os mais altos índices de infecção e os mais severos casos quando infectadas, fato que era um mistério para os pesquisadores até agora.

A pesquisa, conduzida por uma equipe da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA) e da Harvard School of Public Health, mostra que a Vitamina D desenpenha um importante papel na produção de uma molécula chamada CATHELICIDIN, que mata a bactéria da tuberculose.

O corpo humano produz Vitamina D quando os raios do sol batem diretamente na pele. O pigmento da pele, melanina - mais abundante em peles escuras - funciona como um escudo, bloqueando os raios solares, reduzindo os danos produzidos pelo luz ultravioleta, mas também reduzindo a produção de Vitamina D e, consequentemente, aumentando a susceptibilidade à tuberculose.

Fonte: Harvard University Gazette, 03/09/2006.

22 setembro, 2006

Perder peso ajuda a prevenir e a tratar diabetes


Um terço dos americanos ficarão diabéticos pelo fato de estarem comendo muito e se exercitando pouco.

Um estudo publicado na Medicine and Science in Sports and Exercise (Julho 2006) mostrou que perder peso pode ajudar a prevenir e a tratar diabetes.

Gordura em excesso impede o corpo de responder normalmente à insulina. Antes da insulina fazer o seu serviço de levar a glicose para dentro das células ela necessita se acoplar como uma chave à uma "fechadura" que existe na membrana das células, chamada receptor de insulina. Essa abordagem fica muito difícil quando existe gordura em excesso. Dessa maneira, o resultado é um aumento da insulina na corrente sanguínea. É por isso que o excesso de gordura aumenta o risco de diabetes. É possivel medir como as células estão respondendo à insulina (abrindo suas portas para a entrada da glicose) com um teste de tolerência à glicose.

Nesse estudo, adolecentes foram colocados em um programa intenso para perder peso. Após somente 16 semanas seus músculos ficaram mais fortes e todos perderam peso. Testes de tolerência à glicose demonstraram que a habilidade de seus corpos de levar a glicose para dentro das células melhorou dramaticamente. Isso significa que um programa regular de exercício e alimentação correta diminui a resistência à insulina e reduz consideravelmente o risco de adquirir diabete.

Fonte: Medicine and Science in Sports and Exercise

16 setembro, 2006

Uma bactéria sui generis



Descoberta da H. pylori permitiu entender conexão entre infecção crônica, inflamação e câncer



A descoberta da bactéria Helicobacter pylori e seu papel na gastrite e na úlcera péptica valeu aos cientistas australianos Berry J. Marshall e J. Robin Warren o Prêmio Nobel de Medicina de 2005.

Até 1982, quando Marshall e Warren descobriram a H. pylori, considerava-se que estresse e estilo de vida eram as principais causas de úlcera. Graças ao trabalho desses dois cientistas, que desafiaram dogmas preestabelecidos, hoje não há mais dúvida de que essa bactéria é responsável por mais de 90% das úlceras duodenais e de 80% das úlceras gástricas.

A ligação entre a infecção por H. pylori e as subseqüentes gastrite e úlcera foi estabelecida a partir de estudos epidemiológicos que envolveram voluntários humanos tratados com antibióticos. Usando tecnologias apropriadas, Marshall e Warren demonstraram que a H. pylori provocava doenças. Por meio da cultura de bactérias, tornaram possível a realização de estudos científicos com H. pylori. Essa bactéria está presente apenas em seres humanos e se adaptou perfeitamente ao estômago, um ambiente hostil à vida cujo pH gira em torno de 1 (muito ácido).

A H. pylori é uma bactéria espiralada gram-negativa que coloniza o estômago de aproximadamente 50% dos seres humanos. Em países desenvolvidos, a infecção é menos comum do que nos países em desenvolvimento, onde virtualmente todos os indivíduos podem estar infectados.



O esquema representa o caminho que vai da infecção por Helicobacter pylori à úlcera gástrica ou duodenal. Na infecção (A), a bactéria atinge inicialmente a porção inferior do estômago (antro). Em seguida, ela inflama a mucosa gástrica (B). Esse processo, conhecido como gastrite, pode levar à úlcera gástrica ou duodenal (C), caracterizada por hemorragias em sua forma mais grave (arte: Nobel Committee for Physiology and Medicine).

A infecção é, em geral, contraída na infância, freqüentemente transmitida de mãe para filho, e a bactéria pode permanecer no estômago pelo resto da vida de uma pessoa. Essa infecção crônica se inicia na parte inferior do estômago (antro). Como divulgado pela primeira vez por Warren, a presença de H. pylori está sempre associada a uma inflamação da mucosa gástrica, que pode ser constatada pela presença de um infiltrado de células inflamatórias.

Na maioria dos indivíduos a infecção por H. pylori é assintomática. Mas cerca de 10% a 15% das pessoas infectadas desenvolvem úlcera em algum momento de sua vida. Essas úlceras são mais comuns no duodeno do que no estômago, e as complicações mais graves incluem hemorragia e perfuração do órgão acometido.

Em algumas pessoas, a bactéria também infecta o corpo do estômago (a parte mais alta do órgão), o que resulta em uma inflamação que se espalha e predispõe o indivíduo não somente à úlcera na região do corpo do estômago, mas também ao câncer de estômago. A inflamação da mucosa estomacal é também um fator de risco para um tipo especial de neoplasia linfática.

A infecção por H. pylori pode ser diagnosticada por meio de testes com anticorpos, identificando-se o organismo em biópsia durante uma endoscopia ou através de testes respiratórios não-invasivos que identificam a produção de uma enzima da bactéria no estômago. O combate à bactéria costuma ser feito por meio de antibióticos específicos.

Muitas doenças humanas, como a doença de Crohn, a artrite reumatóide e aterosclerose, se devem a inflamações crônicas. A descoberta de que a úlcera, uma das mais comuns doenças do ser humano, tem causa microbiana estimulou a pesquisa de microrganismos como possíveis causadores de outros estados de inflamação crônica.

Ainda que isso não possa ser afirmado com segurança, dados recentes sugerem que uma disfunção no reconhecimento de produtos microbianos pelo sistema imunológico humano pode resultar no desenvolvimento de uma doença. A descoberta de H. pylori levou a uma compreensão maior da conexão entre infecção crônica, inflamação e câncer.

Micrografia eletrônica da bactéria H. pylori (A) e de um de seus flagelos (B), que permitem que a bactéria atravesse a camada de muco do estômago e se aloje junto das células que o revestem (fotos: Dulciene Queiroz - Fac. de Medicina/UFMG)

Em todo o mundo, diversos trabalhos com H. pylori passaram a ser realizados a partir das descobertas de Marshall e Warren. Em 1985, uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Bacteriologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, já estudava sua ação no estômago humano e, pouco depois, obteria resultados importantes publicados em revistas científicas internacionais de prestígio.

Pesquisas recentes ali realizadas se voltam para a caracterização genética da H. pylori e de seus portadores, tentando identificar indivíduos com maior probabilidade de contrair as doenças causadas pela bactéria. O grupo se dedica também à investigação dos mecanismos de transmissão desse microrganismo, tendo realizado um importante estudo em Minas Gerais e em outras regiões do Brasil no qual mostrou que a principal forma de contágio se dá a partir do contato mãe-filho.
Para a bacteriologista Dulciene Queiroz, coordenadora das atividades do laboratório da UFMG, o prêmio foi merecido. “A descoberta dos pesquisadores australianos mudou paradigmas na microbiologia”, avalia. “Até então, sequer se acreditava que o ambiente estomacal pudesse ser colonizado.” A pesquisadora, que conheceu os laureados em congressos científicos internacionais e visitou o laboratório de Warren em Perth, na Austrália, em 1990, conta que o trabalho de ambos mostrou pela primeira vez que uma bactéria poderia levar ao câncer. “Marshall é uma pessoa mais expansiva, de fácil comunicação, ao passo que Warren, como a maioria dos patologistas, é mais reservado, preferindo ficar em seu laboratório na companhia de um microscópio”, disse Queiroz.

Fonte: Célio Yano, CH ON-LINE

12 setembro, 2006

Tangerina 'diminui risco de câncer de fígado e infarto'


Dois estudos feitos por cientistas japoneses descobriram que a tangerina pode reduzir dramaticamente o risco de câncer de fígado, doenças cardíacas e diabetes.

As substâncias chave para os benefícios da fruta são os componentes da vitamina A que dão às tangerinas a sua cor laranja, os carotenóides.

A equipe do Instituto Nacional de Estudos das Árvores Frutíferas acompanhou 1.073 moradores da cidade japonesa de Mikkabi, em Shizuoka, que comiam grandes quantidades de tangerinas.

Eles encontraram marcadores químicos nas amostras sangüíneas das pessoas estudadas que são ligados a um risco mais baixo para uma série de problemas de saúde sérios, como arteriosclerose, infartos e resistência à insulina.

Suco de tangerina

A segunda pesquisa, feita pela Universidade Provincial de Medicina de Kyoto, descobriu que a tangerina pode evitar que pessoas com hepatite viral desenvolvam câncer de fígado.

Após um ano de acompanhamento, nenhum dos 30 pacientes que consumiam diariamente uma bebida contendo carotenóides e suco de tangerina desenvolveu câncer.

Num grupo de 45 pacientes com a mesma condição, mas que não beberam o suco, 8,9% desenvolveram câncer.

Os pesquisadores admitiram que mais estudos têm que ser feitos para que se chegue a resultados conclusivos e pretendem continuar o trabalho pelos próximos cinco anos.

Ressalvas

Ed Yong, da ONG britânica Cancer Research UK, disse que as pesquisas eram bem-vindas, mas fez ressalvas.

"O fumo e a cirrose causada pelo consumo excessivo de álcool podem ter um efeito maior nas chances de alguém desenvolver câncer de fígado. Ainda não está claro se frutas oferecem benefícios significativos", disse ele.

Para a enfermeira cardíaca da British Heart Foundation Cathy Ross, "a pesquisa reforça a recomendação de que se deve comer pelo menos cinco porções de frutas e vegetais por dia para reduzir o risco de doenças cardiovasculares".

"Frutas e vegetais de cores diferentes contêm diferentes vitaminas e minerais. Logo, quanto mais tipos você incluir na sua dieta, melhor", afirma Ross.

Fonte: BBC Brasil

03 setembro, 2006

Analgésicos combatem hiperplasia na próstata


Os analgésicos, entre eles a aspirina, ajudam a evitar a hiperplasia prostática, além de combater as dores provocadas pela artrite e os transtornos cardiovasculares, conclui um estudo divulgado hoje pela revista American Journal of Epidemiology.

A hiperplasia prostática, que consiste principalmente numa inflamação permanente da glândula, pode causar transtornos urinários, entre eles a incontinência. Segundo urologistas da Clínica Mayo, os problemas se reduzem em 50% quando o paciente consome regularmente uma dose de analgésicos antiinflamatórios, como a aspirina e o ibuprofen.

– A relação entre o consumo de analgésicos e a redução da hiperplasia benigna é fortalecida pelos resultados do estudo, em que 2.447 homens foram examinados. Não recomendamos aspirinas para todos, mas se alguém já toma regularmente por outras razões, nosso estudo sugere que há outros benefícios – afirmou Jenny Sauver, epidemióloga e investigadora da Clínica Mayo.

A hiperplasia prostática benigna aumenta com a idade e afeta um em cada quatro homens entre 40 e 50 anos, e quase metade dos que têm entre 70 e 80 anos. O caso típico de hiperplasia é quando um homem começa a se levantar cinco vezes por noite para urinar e é obrigado pela mulher a consultar um urologista.

No entanto, o urologista avisa que não se deve recomendar o consumo de analgésicos para evitar a hiperplasia a partir exclusivamente de seu estudo, e recomenda investigações mais profundas. Ele lembra que os analgésicos podem ter efeitos secundários às vezes graves, como as úlceras estomacais. Lieber também admitiu que os cientistas não sabem com toda certeza de que forma os componentes dos analgésicos atuam para impedir o crescimento da próstata.

Segundo Sauver, existem duas teorias. Uma especula que o analgésico impede o crescimento da próstata ao favorecer a morte das células. A outra hipótese é de redução nas inflamações de todos os órgãos, inclusive a próstata, que atuam na reprodução e na excreção de líquidos.

Fonte: Zero Hora